Em “Coisas de onça”, os velhos pajés e a sábia Kaluhã contam histórias que ensinam às crianças como superar desavenças e hostilidades, por meio da negociação, evitando o confronto e o enfrentamento, e que a respeitabilidade torna-se mais duradoura, se conquistada em grupo e não individualmente. E, por fim, ensinam que encontrar saídas inteligentes para situações difíceis assusta mais do que as ameaças diretas.

As quatro fábulas deste livro tem o intuito de propor que, observando os animais, as crianças indígenas aprendem a se relacionar com a natureza, com os outros seres e a sobreviver aos percalços do dia a dia. A onça, símbolo do exímio predador, da força e da coragem, se vê desafiada por pequenos animais inexpressivos, se comparados à grandiosidade do poderoso felino. Eles, no entanto, devem lançar mão de outros atributos para sobreviver – no lugar da força, a ousadia, inteligência e esperteza.

Faixa etária recomendada: a partir de 09 anos.

Leitura Altamente Recomendável – FNLIJ.

Aline Rochedo Pachamama, do Povo Puri da Mantiqueira, através da poesia, desenha sua percepção de vida e atuação em seu tempo. além de apresentar a proposta da Pachamama Editora: Acredito na palavra. Na formidável força impregnada em cada uma delas. E, por isso, escrevo. Escrevo para chegar a lugares inimagináveis. Escrevo para te encontrar.  Escrevo para levar afeto e um abraço. Escrevo para fazer sorrir. Escrevo para nos sensibilizar a olhar o entorno. Escrevo porque transbordo em gratidão por escrever.  Escrevo porque a palavra alimenta e sacia sedes. Escrevo porque a palavra desenha horizontes, possibilidades. Escrevo para deixar histórias, lembranças, saudade. Escrevo por ser minha necessidade e meu deleite. Escrevo para mim. Escrevo para você. Escrevo porque acredito no encanto que a palavra causa a quem lê.  Escrevo porque o mundo se tornará melhor quando as palavras emanarem amor.

O nome Pachamama é muito especial. Tem origem na língua quéchua (o quéchua é um idioma ainda hoje falado no Peru, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia e Equador). “Pacha” significa “Terra”, enquanto “mama” é equivalente à “mãe”. É o princípio explicativo fundamental na visão de mundo dos Povos Originários de Abya Yala*. Ancestralidade, amor e a relação pulsante entre os Povos Originários e a vida. Pachamama é o caminho, seu colo afetuoso nos convida ao abraço que cura e ao aprendizado da escuta. Pachamama é a Terra em sua totalidade: corpo, alma, território dos não humanos e humanos e os cinco elementos. Pachamama é Amor, na língua Puri Inhã Uchô Macapom.

Livro ganhador do prêmio Rio de Leitores.

Redondeza convida todos os leitores à aproximação e encontro com as crianças e infâncias indígenas. Através das narrativas do texto e das imagens, percorremos lugares de viver e pertencer apresentados por várias crianças, do ponto de vista deles. Narrado em primeira pessoa, o livro representa as muitas vozes infantis dos povos indígenas, e levanta sentimentos frutos da relação profunda dos povos originários com a terra, os rios, as plantas, os animais, e com os adultos. Redondeza compõe uma roda, ao longo das páginas, circular como a forma tão importante nas culturas indígenas. Um livro para conversar sobre o que nos envolve, nos protege, nos cerca e abraça.

Livro finalista do Prêmio Jabuti 2021.

A partir de um depoimento para a tese de doutorado sobre a instituição do conceito de patrimônio cultural no Brasil com a Constituição de 1988, o diálogo entre o historiador Yussef Campos e o líder indígena Ailton Krenak ampliou-se para questionamentos mais profundos sobre a vida do planeta, e resultou neste livro composto por três textos que apresentam um enfrentamento à monocultura simbólica que as culturas hegemônicas tentam impor ao ser humano e ao planeta.
O primeiro texto é uma entrevista feita por Yussef Campos com Ailton Krenak em 2013, para a sua tese de douramento; o segundo é a transcrição de uma fala de Krenak na Universidade Federal de Goiás, após a tragédia do estouro da barragem da Samarco, em Mariana; e o último é um ensaio de Campos que parte do gesto de guerra e luto de Krenak ao pintar o rosto de jenipapo diante do Congresso Nacional, como forma de protesto às deturpações das reivindicações definidas em consulta pública durante a Constituinte.

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Era um dia de comemoração. Dona Irani promovia uma festa de aniversário na aldeia, com direito a bolo, vela e “parabéns”, costumes da cidade que seus netos tanto apreciavam. Mas, mesmo com todos os atrativos, a estrela da vez foi a avó coruja e as aventuras que narrou. As histórias da velha que mudou de pele, do roubo da noite, do fogo que se espalhou pela Terra, entre outros contos indígenas, fascinaram cada um dos convidados – e Dona Irani entendeu que os segredos da tradição ainda tinham o poder de unir a todos, fossem da cidade, da aldeia ou de qualquer lugar.

Cada um dos contos indígenas deste livro pertence a um povo e a uma região diferente. Em comum, possuem o fato de serem textos inspiradores e divertidos para leitores de qualquer idade.

O livro possui narrativas dos povos Nambikwara, Tupinambá, Kaingang, Maxakali e Munduruku.

Faixa etária indicada: de 6 a 8 anos.

Conta a lenda que a sereia piragui sempre ficava por perto para ajudar os pescadores a pescar bastante peixe, porém, em troca, ela pedia um bebê. Todos as pessoas indígenas da aldeia ficavam com medo dela. Mas, um deles, sem conseguir pescar, aceitou a ajuda da sereia, pensando que nada de ruim aconteceria. Porém ela apareceu para cobrar o acordo feito… História indígena, que passa de pai para filho, contada por Maria Kerexu, escrita por Olivio Jekupe e ilustrada por Simone Ziasch.

Faixa etária de 4 a 8 anos.

Além de mitos, sempre surpreendentes, indagadores da nossa origem, esta obra traz depoimentos de luta, reflexões sobre o cerne da existência e seu significado, poemas, preces, exemplos de um conhecimento ancestral bem distinto do corrente. Entre os textos, os de André Thevet (século XVI), que se encantou com as explicações de mundo dos tupinambás. Pronunciamentos de Davi Yanomami, pajé e um dos mais expressivos líderes indígenas do Brasil; de Nailton Muniz, pataxó hã-hã-hãe, e de autores indígenas de outros países, como a célebre “Carta da terra” do Cacique Seattle, mitos ou preces de índios mapuches da Argentina, dos índios dos Estados Unidos e do Canadá, como sioux, cheroquis, shawnee, mohawk, ou das Américas do Sul e Central, como quéchuas, incas e maias.

Faixa etária – Ensino Fundamental

Um livro de Márcia Wayna Kambeba, com ilustração de Cris Eich, que convida os leitores a conhecer a relfetir sobre a beleza da diversidade e a importância de preservar as tradições que moldam a vida de cada povo.

Faixa etária 3 – 5 anos

MÁRCIA WAYNA KAMBEBA Nasceu na aldeia Belém do Solimões, do povo Tikuna. Formada em geografia pela UEA, é especialista em educação ambiental e mestre em geografia pela UFAM, além de doutoranda pela UFPA. Autora de diversos livros, é educadora, poeta, fotógrafa, contadora de histórias e compositora de músicas indígenas. Pertence à Academia Formiguense de Letras, em Minas Gerais, e à Academia Internacional de Literatura Brasileira, nos Estados Unidos.

CRIS EICH É aquarelista, autora e ilustradora atuante no mercado editorial há trinta anos. Passa seus dias desenhando livros, criando histórias e viajando em aquarelas. Mora entre duas cidades, uma metrópole caótica e outra pequenininha, cheia de bichos por perto. Ela acredita que o contato com a natureza e com os perigos que o meio ambiente e seus habitantes enfrentam precisa ser compartilhado com as crianças por meio da leitura, afinal é preciso conhecer para respeitar e proteger.

“Firmando o Pé no Território” é uma coletânea de textos, desdobramento de um curso de especialização sobre a temática indígena nas escolas. O curso contou com professores originários, dentre eles Ailton Krenak, Álvaro Tukano e Kaká Werá. Além do trabalho de professoras e professores em seus artigos, contamos com texto e ilustrações do Tsatêh Ailton Krenak.

Conhecer melhor a história indígena de uma região faz com que se compreenda melhor a situação atual dos Povos Originários e, porque não, da história dos próprios moradores dessa região. Afinal, o chão onde estão assentadas essas escolas nos sertões mineiros é parte de um território onde outrora circularam e ainda circulam Puri, Coropó, Botocudo, Caiapó, Guaianase, Coroados, Maxacali, Krenak, Xakriabá, dentre muitos outros… Há estudos que apontam a presença de pelo menos 100 povos nesta região antes da chegada das frentes de expansão da colônia, sobretudo das bandeiras paulistas.

O ativista Ailton Krenak estreia na literatura infantil em parceria com Rita Carelli para juntos contarem sobre o surpreendente reencontro entre o criador e seus filhos humanos.

Afete é um chamado para leitoras e leitores participarem da construção de um mundo de afetados para transformar o mundo dos desafetos. O livro inspira essa participação a partir de relações humanas e com o meio ambiente simbolizadas pelas infâncias indígenas.

Faz parte da trilogia Redondeza e Pertencimento.

UM LIVRO SOBRE CAÇA? OU UM LIVRO DE MEMÓRIAS?
Nestas páginas, leitor, você conhecerá um pouco sobre mim, Tiago, mas, principalmente, sobre algumas de minhas vivências e dos kunumingwé – jovens da etnia Guarani Nhandewa, à qual pertenço. Aqui, eu conto aventuras de meu tempo de kunumĩ, na aldeia, mas que podem refletir as brincadeiras e as peripécias de meninos e meninas de qualquer lugar, com a diferença de que, nestas histórias, imprimo hábitos e costumes do meu povo. Sente-se em roda e venha comigo desbravar matas em busca de tatu, pescar e mergulhar nos rios da minha tekoá.

Quando eu caçava tatu é meu convite para que você faça parte das minhas aventuras, não importa a sua idade ou onde more a sua criança interior.

Urutópiağ: a espiritualidade amazônica – bem maior, mais profundo e mais ousado – relata a face de uma Amazônia misteriosa e que insiste em se manter viva, ainda que escondida atrás de outras religiões – as ocidentais, ou as miscigenadas a elas. Aqui, falarei sobre coisas que, quem sabe, você nunca ouviu falar nem imaginou ser; sobre algo antigo, mas ao mesmo tempo novo e que vai despertar em você novas ideias, novas formas de crença, em um momento em que é cada vez mais proposta uma brasilidade do ser – uma busca pelas culturas brasileiras de fato, pela raiz do nosso povo.

Eis a Urutópiağ – a religiosidade dos pajés, dos espíritos da floresta – em sua versão mais original possível, vivida e vivenciada pelas forças da preservação e da manutenção dessa fé antiga, que se recusa a desaparecer.

Na modernidade, novas formas e novos acessos à tecnologia nos levam à descoberta de um novo mundo. Seja no contexto urbano ou nas comunidades indígenas, a tecnologia digital se faz presente na vida cotidiana construindo e interligando povos e culturas em novos modos de ser.

Kamurin, que aprendeu a andar com as formigas, é um menino sempre muito esperto que ensina, com graça e beleza, as brincadeiras indígenas às crianças, jovens e adultos da nossa comunidade e do mundo afora. Sempre ligado à sua vovó Indianara, com ela muito aprendeu, tanto nas conversas quanto nos encontros em volta da fogueira com outras crianças da comunidade, ouvindo, brincando, aprendendo e ensinando nessa doce relação entre o antigo e o moderno, o velho e o novo, a experiência e a inocência, o que lhe trouxe muita sabedoria e alegria. Assim, Kamurin te convida para embarcar com ele em um novo e maravilhoso mundo de saberes e brincadeiras – dessa vez, no mundo digital.

Território-Corpo-Espírito

A terra é nossa Mãe.

Nosso corpo é Território da Ancestralidade

Inhã Uchô é livro-semeadura escrito de olhos fechados e com a alma desperta. Perceba nele o diálogo com a autora, a floresta, a História na perspectiva dos Povos Originários e a do Povo Puri de Amana Tykyra (Serra da Mantiqueira). Vibre os sentimentos em cada detalhe: nas ilustrações, na fonte que mimetiza a letra da autora, na voz que ecoa a cada página. Inhã Uchô é Caminho de Cura, Ancestralidade, História, Ciência, Realidade, Sonhos, Semeaduras. Terra, Floresta, Amor. É palavra escrita que pulsa.

Pertencimento convida todos os leitores à aproximação e encontro com as crianças e infâncias indígenas. Através das narrativas do texto e das imagens, percorremos lugares de viver e pertencer apresentados por várias crianças, do ponto de vista deles. Narrado em primeira pessoa, o livro representa as muitas vozes infantis dos povos indígenas, e levanta sentimentos frutos da relação profunda dos povos originários com a terra, os rios, as plantas, os animais, e com os adultos. Pertencimento compõe uma roda, ao longo das páginas, circular como a forma tão importante nas culturas indígenas. Um livro para conversar sobre o que nos envolve, nos protege, nos cerca e abraça.