O mês de setembro, no Brasil, é marcado pela campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio. Iniciada em 2015, é uma ação conjunta com a iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
No contexto dos povos indígenas, a taxa de mortalidade por suicídio é quase três vezes maiores do que a média nacional. A maioria das mortes indígenas (44,8%) ocorrem na faixa etária de 10 a 19 anos, ao contrário do panorama geral, em que os adultos de 20 a 39 anos respondem pela maior proporção dos registros.
“Mais do que desistência da vida, o suicídio indígena é um protesto silencioso de quem escolheu romper com o excesso de folclore e a escassez de direitos.”
A questão fundiária, a ineficácia do Estado, a ausência de políticas públicas efetivas e a falta de perspectiva de futuro são apontados como fatores determinantes para este quadro.
Com uma mensagem de alerta pela valorização da vida, a cordelista Auritha Tabajara envia para todos uma mensagem através de seus versos:
Por amor à vida – Auritha Tabajara
Setembro 2018
Sei que muita gente sofre
És uma realidade
Um sintoma perigoso
Desde a tal ansiedade
Causando em si uma dor
A vida perde o valor
Dentro da sociedade
Vivemos tempos difíceis
Mas não podemos falhar
Quem é mãe de adolescente
Sabe o que eu quero falar
Pois o nosso coração
Se desdobra em aflição
Ao no seu filho pensar
Nós que somos mães e pais
E também sociedade
Vamos dar mais atenção
Nossos filhos prioridade
Sofrer sem deixar de amar
Só o amor pode evitar
O fim da humanidade
Dialogar com paciência
Humildade, admiração
Estimula e valoriza
Exercício de inspiração
Por favor abra seu olho
Seu filho és um tesouro
Não deixe em outras mãos.
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